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Em 1º de setembro,bbrbet - o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados das Contas Nacionais Trimestrais (CNT), que medem indicadores agregados da economia brasileira. O mais importante deles, o Produto Interno Bruto (PIB), resultado da soma dos bens e serviços internamente produzidos em determinado período, cresceu 0,9% no 2º trimestre de 2023, quando comparado ao 1º trimestre de 2023.

Esse resultado foi maior que o esperado pelos operadores de mercado, que divulgam semanalmente suas expectativas no Boletim Focus, do Banco Central do Brasil (BCB). Esse crescimento é ainda maior quando comparamos o 2º trimestre de 2023 com o 2º trimestre de 2022, de 3,4%. Contrapondo o 1º semestre de 2023 com o 1º semestre de 2022, o crescimento foi de 3,2%, acima do percentual ocorrido em 2022 (2,9%) e da expectativa de mercado para este ano do Boletim Focus do Banco Central do Brasil, que no início do ano previam um crescimento inferior a 1% e atualmente está em 2,64%.

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Na análise do PIB pela ótica da oferta, que identifica a origem da produção, constatou-se que o crescimento observado no 1º semestre de 2023, em relação ao 1º semestre de 2022, foi liderado pela Agropecuária (17,9%), seguida de Serviços (2,6%) e Indústria (1,7%). O resultado da Agropecuária foi explicado pelo desempenho de culturas como soja, milho, algodão e café. Já o avanço dos Serviços se deu nas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,8%) e Transporte, armazenagem e correio (4,2%); enquanto na Indústria o crescimento foi liderado pelas Indústrias extrativas (8,2%) e Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (5,6%).

Pela ótica da demanda, que identifica o destino da produção, os destaques ficaram por conta do crescimento das Exportações (9,7%) e do Consumo das Famílias (3,2%), na comparação do 1º semestre de 2023 com o 1º semestre de 2022. O único componente da demanda que apresentou recuo foi a Formação Bruta de Capital Fixo — também conhecido como investimento (-0,9%), por conta da retração na produção de máquinas e equipamentos.

Os resultados das CNT não ocorreram por ocasião de sorte. O crescimento observado é fruto da conjunção de alguns fatores. O primeiro deles é a volta da normalidade na vida política brasileira, com um Executivo que propõe políticas públicas e projetos, tentando aprová-los — sem necessariamente 100% de sucesso, a despeito da configuração atual do Legislativo. Esse ambiente, que respeita as instituições democráticas, é salutar no âmbito econômico.

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O segundo, desdobramento do primeiro, são as políticas sociais propostas e aprovadas a partir da mudança de lógica da política econômica, com retorno da utilização do Estado como indutor do crescimento econômico. O aumento do salário mínimo, de R$ 1.212,00 em 2022, para R$ 1.320,00 em 2023 (ganho de 2,81% acima da inflação oficial), a elevação da faixa de isenção do imposto de renda para 2 salários mínimos (R$ 2.640,00) e a retomada e expansão do programa Bolsa Família são exemplos de políticas que influenciam diretamente as camadas de menor poder aquisitivo, gerando poder de compra para os beneficiados. Isso explica, ainda que em parte, o avanço do consumo das famílias no PIB.

Também no contexto de políticas que influenciam os resultados, estiveram as desonerações parciais para produção de carros mais baratos; o Novo Arcabouço Fiscal que, não obstante seus problemas, permitiu abrir espaços para investimentos públicos futuros; a reforma tributária, que simplificou a cobrança de impostos indiretos, gerando expectativas positivas, principalmente do setor empresarial, quanto ao horizonte produtivo; e a atualização da tabela do Imposto de Renda, benéfica aos trabalhadores de menores salários e que deve avançar ainda mais nos próximos anos.

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Todavia, o fator de maior relevância para a classe trabalhadora foi o resultado das negociações coletivas. Estas foram influenciadas positivamente pela queda da inflação e pela volta da política de valorização do salário mínimo. Entre janeiro e julho de 2023, 76,5% das negociações coletivas tiveram reajuste salarial acima da inflação (aumento real), enquanto 18,0% foram iguais a inflação e apenas 5,5% abaixo da inflação, com perda real nos salários — melhor resultado desde 2014. O avanço dos salários em ambiente de estabilidade inflacionária, amplia a renda da classe trabalhadora, que resulta em maior consumo, vendas, produção, investimentos e crescimento econômico.

 

Rafael Durlo é economista e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR).

Este é um texto de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Pedro Carrano


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