bestcasinowebsitesonline -O interior do estado do Paraná foi divulgado na primeira metade do século 20 como um novo "Eldorado"

Reforma Agrária Pobestcasinowebsitesonline -pular- Restaurando a Mata Atlântica

O interior do estado do Paraná foi divulgado na primeira metade do século 20 como um novo "Eldorado": local de fácil e rápida acumulação de riqueza por meio da exploração do potencial natural que lá existia. Empresas privadas,áriaPopularRestaurandoaMataAtlâbestcasinowebsitesonline - especialmente de capital estrangeiro como o inglês (era o império econômico da época), detentoras de concessões do governo brasileiro, abriram estradas e algumas ferrovias, criaram núcleos urbanos, lotearam terras e construíram a propaganda. 

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Pessoas provenientes de diversas regiões do Brasil e também de fora, com as mais diversas condições, motivações e interesses, viriam a povoar esse território. Toda a natureza de conflitos constituiria a identidade desses locais, mas uma coisa era consenso: as florestas tropicais "precisavam ser desbravadas" para dar lugar às lavouras e pastagens. Esse ritmo fez com que a Mata Atlântica exuberante que cobria quase a totalidade do Estado do Paraná (quase 20 milhões de hectares de território) fosse reduzida a menos de 5% em cerca de 50 anos.

A vastidão de campos abertos fez, por exemplo, com que as florestas do famoso pinheiro do Paraná, a Araucária (Araucaria angustifolia) das regiões altas, frias e mais chuvosas, se reduzissem a menos de 6% de sua originalidade. Nas áreas mais baixas, mais quentes e com estações secas mais bem definidas, espécies endêmicas quase foram extintas, como o Peroba Rosa (Aspidosperma polyneuron). Ambas as espécies climáticas em seus biomas e afetadas pela ambição do valor de suas madeiras.

A partir dos anos da década de 1980, ocorreu a substituição de ciclos econômicos no campo. Áreas antes ocupadas por café ou algodão ao norte do Estado foram sendo substituídas por lavouras de grãos, cana-de-açúcar e expansão de pastagens. A partir do ano 2000, no entanto, com o rearranjo do capitalismo na agricultura, o então Agronegócio redesenhou o território paranaense para a produção de commodities, principalmente soja, celulose e cana-de-açúcar. Esse movimento, que persiste até a atualidade, continua exercendo pressão sobre a presença do que existe da Mata Atlântica no Paraná, juntamente com o crescimento desordenado de ambientes urbanos.

Ao longo dos últimos 40 anos, fruto das contradições sociais geradas pela concentração de terra e riqueza no campo, dos crimes ambientais do latifúndio e do agronegócio; foram conquistadas por meio da pressão da luta popular do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), políticas públicas de projetos de assentamento. São cerca de 330 assentamentos no Paraná, com mais de 18 mil famílias. Outras cerca de seis mil famílias aguardam a regularização de suas áreas ocupadas. Territórios que, com força, por meio de um programa agrário nacional do MST, constroem na prática uma Reforma Agrária Popular. Na centralidade, estão ações para o desenvolvimento dos territórios por meio da Agroecologia. E, com isso, a preservação, a conservação e a restauração da Mata Atlântica.

Para uma melhor didática, a espécie clássica e conhecida: a palmeira Juçara (Euterpe edulis), presente na lista das ameaçadas de extinção na Mata Atlântica, devido à exploração descontrolada do palmito, faz parte de modelos agroflorestais de famílias assentadas e acampadas pelo interior do Paraná. A extração da polpa das frutas da juçara tem rendido orçamento significativo para as famílias que transformam o produto em polpa de suco, geleias e outros derivados.

O MST lançou um plano de caráter nacional, no início de 2020, visando à defesa dos diversos biomas brasileiros. É o Plano "Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis". Com foco em plantar 100 milhões de árvores em todo o país durante uma década, gerando benefícios ecológicos, assim como socioeconômicos para as famílias envolvidas.

No Paraná, tendo como meta uma décima parte desse compromisso nacional, o MST planeja comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06) com a semeadura de 4 toneladas de sementes (ao menos quase três milhões de caroços) da palmeira Juçara. Será realizado nos dias 6 e 7 de junho na área de reserva ambiental coletiva da comunidade Dom Thomas Balduíno, no município de Quedas do Iguaçu.

O evento será a "1ª Festa da Semeadura da Palmeira Juçara". Conta com apoios estratégicos como o da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus de Laranjeiras do Sul (PR) e do Instituto de Água e Terra do Paraná (IAT). Alianças importantes, visto que o compromisso com a preservação da Mata Atlântica pertence a toda a sociedade, além das famílias camponesas nos territórios.

Nesses tempos de catástrofe ambiental e social, com queimadas como método para desmatar, liberação sem freio de toda a classe de venenos na agropecuária, além do absurdo da realização de trabalho escravo como parte do negócio do agro, crimes estes gerados pela ambição do capitalismo no campo; famílias camponesas do MST querem dar prova de que produzir alimento saudável, diversificado, em quantidade, acessível a todos e todas e preservando a natureza, sim é possível, já germina, e só se realizará por completo com uma reforma agrária popular profunda e ampla em todo o país.


Engenheiro Agrônomo, membro da Direção Estadual do MST no estado do Paraná e compõe a articulação do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis"
 

Edição: Rodrigo Durão Coelho


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